Amador
...que ou o que ama
...que ou quem se dedica a uma arte ou um ofício por gosto ou curiosidade, não profissional
...que ou aquele que ainda não domina a actividade a que se dedicou, revelando-se inábil, incompetente
Quarta-feira, 23 de Março de 2005
Tentativa de um conto - Parte 1
Era uma vez uma árvore, nascida entre ervas altas. Como todas as árvores teve uma primeira idade de observação e contemplação. Este ritual inseria-se num saber milenar que ditava que antes de comunicar se deve apreender, inserindo-se no meio, mesmo fixa num ponto, existe todo um universo em que a linha do horizonte se fecha numa circunferência: Existia também uma outra razão, era necessário processar toda a carga genética herdada e através dela dialogar com os antepassados numa aprendizagem única transportada desde a criação da espécie.
Assim a árvore só estava pronta a comunicar num estágio em que a sua formação física se encontra praticamente definida.
E chegou o dia, perto dela encontrava-se outra árvore com porte em todo semelhante, mas que ao mesmo tempo lhe parecia completamente desconhecida, numa primeira fase pensou tratar-se duma irmã, mas já tinha chegado à conclusão que não o era.
- Olá
- Finalmente, estava ansiosa por conversar.
Realmente não havia mais nenhuma árvore por perto, somente um velho tronco com umas folhas muito débeis a assinalar o seu fim, mas ansiosa? O que seria ansiosa?
- Pareceremos quase irmãs, mas ao mesmo tempo pareces-me estranha, donde vens?
- Não somos irmãs, tu és e uma espécie antiquada, gasta ao longo dos séculos, multiplicada por pássaros e borboletas. Eu não, sou uma nova espécie, nasci das mãos do homem, alterou-me o código genético para resistir à colonização desses insectos desprezíveis que se amontoam em cima nós. Sou o que se chama um produto de alta tecnologia concebido e criado para que o meu criador disponha do tempo a seu favor e eu resista sem mais cuidados seus